Antes de tudo, se não viu a Parte I, leia aqui.
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Jairo, Sauron, Vinícius e Thiago(Batatão) |
Por Jaime "Netão" Guimarães
Após meses de preparação,
finalmente estávamos prestes a de fato começar a turnê. Embarcamos no avião em
Recife, com destino à cidade onde daríamos início aos shows, Salvador. Quem nos
pegaria no aeroporto seria nosso amigo Caio Rohr (RCE), pois o Victor teve um
contratempo com o carro em Minas Gerais e só poderia nos encontrar no sábado.
Desembarcamos no aeroporto e esperamos o Caio, que logo apareceu, e se assustou
com o tanto de malas que trazíamos (risos). Era manhã de sexta-feira, e dali
iríamos direto para o local do evento, onde já havia uma galera nos esperando.
Decidimos então colocar todas as coisas no carro do Caio e irmos de ônibus até
onde o evento seria realizado.
No Aeroporto mesmo pegamos
um ônibus com destino ao bairro do Patamares, onde aconteceria o evento.
Estávamos muito cansados, alguns aproveitaram pra cochilar durante o trajeto e
outros aproveitaram pra olhar a cidade pela janela do busão. Quando chegamos à
casa de shows onde o evento seria realizado já havia gente nos esperando,
estavam lá os Brothers Alexandre Disgracedeath e Israel Ferrão, da Heretic
Execution, banda que tocaria conosco naquela noite, e também o Murilo Muniz.
Descarregamos as tralhas todas e tomamos café lá, enquanto uma velhinha, dona
do local, nos enchia de perguntas. “Vai dar umas mil pessoas hoje?”(risos)
Logo em seguida fomos até a
casa do Alexandre, onde descansaríamos antes do show. Fomos muito bem recebidos
por ele e sua família. Tomamos banho lá e dormimos algumas horas. Após
acordarmos estavam abertos os trabalhos etílicos, começamos a beber e escutar
som, enquanto não dava a hora de voltar para o local do show. Alexandre nos
apresentou uma maldita cachaça de gengibre, da qual tomamos umas três garrafas.
Algumas horas mais tarde o Caio reapareceu para nos buscar.
Já de noite, no local do
show, começamos a nos aprontar pra tocar. Encontramos lá alguns amigos que só
conhecíamos pela internet , também o Eucini Santy (Heretic Execution), que
estava organizando o evento, e o Carlos Alberto (Cadaverise), que já tínhamos
conhecido em Campina Grande e que tinha saído de Teresina (PI) pra pegar dois
shows da nossa tour. A galera começou a chegar e as apresentações começaram.
Primeiro tocou o Caverna e em seguida a Venomous Breath. Para todos nós esse
primeiro show foi muito importante, pois seria o termômetro para a turnê. E Foi
bastante satisfatório, o público se matou durante os shows e curtiu bastante
(os soteropolitanos são insanos!). Fechando o evento se apresentou a Heretic
Execution, com seu Death Metal podre e urrado. Uma noite foda! Também fomos
muito bem na venda de merchan, o que de certa forma nos impressionou.
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Primeiro show da turnê - Salvador - 09/01/2015 |
Terminado o evento, seguimos
para a casa do Caio, onde dormiríamos e encontraríamos o Victor no dia
seguinte, pra seguir viagem. O Robson Desgraça(Desgraça Zine) nos ajudou e
levou metade da carga em seu carro. Ainda tentamos buscar um local pra tomar
uma saideira, sem sucesso. Só nos restou um papo no estacionamento do Habib’s
(Tudo em Salvador é caro, inclusive o Habib’s).
Após uma noite de sono
acordamos e passamos o dia na casa do Caio ouvindo som e conversando, esperando
o Victor chegar. Já era noite quando finalmente o doblô chegou. Lembra daquela
pergunta que nos fazíamos antes? “Será que essas malas vão caber no carro?”,
pois bem, era hora da verdade. (risos). Assim que o Victor chegou começamos a
montar o quebra-cabeças, encaixar sete pessoas e meio mundo de malas em um
doblô. O victor reclamou, disse que tínhamos trazido muita coisa. Mas já era
tarde e tínhamos que viajar 150 km até Alagoinhas, onde tocaríamos naquela
noite. Esvaziamos algumas malas e deixamos na casa do Caio pra pegar na volta.
Surpreendentemente conseguimos encaixar tudo no carro, a duras penas, e
seguimos viagem.
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Sim, isso é dentro do carro (risos |
No caminho fomos colocando o
papo em dia com o Victor, que não víamos pessoalmente desde dezembro. O aperto
era grande e urgência de chegar em
Alagoinhas também, pois o evento já estava pra começar. Quando chegamos no
local do show, infelizmente o evento já tinha começado e nós perdemos apresentação
de uma das bandas, a Ímpios. Vimos o show da Braincancer, que foi do caralho.
Montamos nossa banquinha e esperamos o momento de nos apresentar. Infelizmente
o público não compareceu em grande número, porém os que foram não deixaram a
desejar, foram shows muito energéticos.
Nosso amigo Lucas
Andrade (Braincancer) nos levou para uma pousada, onde dormiríamos, mas não
tinha mais vaga e nós decidimos pegar direto para a próxima cidade, Vitória da
Conquista. No entanto, a cidade ficava a uma distância considerável e não era
viável irmos com o carro cheio de malas como estava. Então resolvemos mandar um
herói de ônibus e levando um monte de bolsas, pra aliviar o espaço; esse
escolhido foi nosso baixista Jairo Tellys.
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Tentando encaixar tudo - Rodoviária de Alagoinhas |
Sem dormir, partimos direto
para Vitória da Conquista, que fica a uns 400 km de distância. Então lá
estávamos nós, cortando o Estado da Bahia em direção ao sul; muito asfalto e
conversa embalados por calamidades sonoros do tipo Death Breath.
Chegamos em VCA ainda de
tarde e fomos direto pra casa de show, um espaço chamado Cocafé, um bar no
estilo pub com uma ótima estrutura e cheio de quadros de astros do Rock N’ Roll.
Lá encontramos o Caio, organizador do evento e baterista da Bastard, banda de
Death Metal que também tocaria naquela noite de domingo. Lá reencontramos
grandes amigos, Maurício Sousa (Escarnium), Tarcísio Spirit Crusher (Suffocation
of Soul) e conhecemos outro tanto de bangers. Jairo, que tinha ido de busão, só chegou umas quatro horas depois, cheio de malas. (risos)
O evento começou e logo de
início já se mostrava promissor: adolescentes com camisas pretas já bêbados e
vomitados pelo chão do bar. Um show desse não tem como dar errado, eu pensei. E
estava certo, pois foi um dos shows mais insanos da turnê, que àquela altura
acabava de ter começado. O público compareceu em peso, todos batendo cabeça e
enchendo a cara. Inesquecível.
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Caverna em Vitória da Conquista |
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Brothers no final do show de Vitória da Conquista |
Após o termino do evento
fomos para onde dormiríamos e passaríamos os próximos quatro dias. O caio nos
disse que ficaríamos hospedados na empresa do seu pai; de início estranhamos,
mas quando chegamos lá tivemos uma grata surpresa. Era uma imensa empresa
distribuidora de gás, e dentro dela tinha uma casa de primeiro andar, com
direito a ar condicionado e tudo. Era tudo que precisávamos, descansar. Antes ainda
tomamos algumas cervejas e nos despedimos de alguns amigos.
Enfim, iríamos curtir os
primeiros days off. Na segunda-feira saímos para conhecer a cidade e já nos
programamos pra biritar. Onde estávamos tinha uma geladeira cheia de uma tal de
cerveja chamada Colônia. Segundo o Caio, o seu pai trouxe um grande
carregamento daquela cerveja do sul pra vender na região, mas a marca não
vingou. Sorte a nossa, pois tinha cerveja aos baldes. Ficávamos as noites
enchendo a cara de cerveja enquanto o careta do Sauron se fazia que trabalhava (ele
trampava pelo computador todas as madrugadas. Conseguiu enganar a empresa).
Durante nossa permanência em
Vitória da Conquista o Victor aproveitou pra dar uma turbinada no carro. Mandou
colocar um bagageiro e colocou molas pra que o doblô ficasse mais alto; tudo em
prol de uma viagem mais confortável. Pra nós foi como se tivéssemos tirado na
loteria, tamanha era a alegria de ver o doblô from hell a todo gás.
Continuamos na cidade até a
quinta-feira, curtindo o frio (sim, faz um frio lascado lá) e bebendo sempre
que não estávamos fazendo nada, que era todo dia e toda hora. De lá partiríamos
para a segunda semana da turnê, que se iniciava em Atibaia (SP). No entanto,
antes atravessaríamos o glorioso Estado de Minas Gerais.
Continua na parte III, em
breve.
666!