sábado, 27 de dezembro de 2014

Entrevista com Suffocation of Soul | A invasão do Thrash Metal Old School

Criada em 2006, a Suffocation Of Soul, de Poções (BA), destacou-se em 2014, devido o lançamento de seu excelente debut album, The First Attack, que apresenta um Thrash Metal rápido e feroz, com técnica na medida exata e muitas influências de bandas oitentistas. Coroando o lançamento do full, o grupo realizou uma turnê por diversos estados do país. Conversamos com André Costa, baixista e vocalista. Acompanhem!



Por Jaime “Netão” Guimarães

1. Saudações, André. Obrigado pelo tempo cedido. O Suffocation of Soul surgiu em 2006. Época em que diversas bandas de Thrash apareceram na cena. Muitas devido ao então “revival thrash”, que teve o Violator como um dos símbolos. No entanto, daquela “safra” poucos grupos continuaram ou se mantem ativos, lançando material e fazendo shows. Fale-nos sobre a formação do grupo e o motivo por enveredarem pelo Thrash Metal. Vocês foram influenciados por esse tal “revival”?

Olá meu amigo Jaime, obrigado pelo espaço cedido! Então, o Suffocation Of Soul começou em 2006 com quatro moleques a fim de fazer muito barulho. As influências eram diversas, mas as nossas piras eram mesmo o Thrash clássico, aquele do inicio do movimento, e o heavy metal tradicional. Em 2006 nem tínhamos ideia que estava rolando um ”revival” do estilo. Me lembro de ter ouvido o Invencible War do Bywar no inicio dos anos 2000, fiquei bem empolgado, mas nem imaginava que já tinham várias bandas fazendo esse som. Só fui sacar esse ”revival” no ano seguinte, em 2007; um amigo me apresentou o Violator e o Farscape (Essa ultima eu confesso que me influenciou, principalmente por causa do vocal do Leonardo). No geral as influências foram de bandas antigas.


2. A banda é Poções (BA), uma cidade do interior. Como é a cena local? Há outras bandas de Metal? E no tocante a shows, há com frequência?

Somos dessa pequenina cidade do interior baiano, a cena local tem melhorado desde que começamos, algumas bandas tem surgido, e também outras tem sumido sem deixar qualquer registro. Os shows têm rolado com uma frequência, mas bem menor do que nós queríamos. Eu, junto com alguns amigos, tenho uma produtora, a GUERRILHA PRODUÇÕES; com ela temos movimentado um pouco o underground da nossa cidade, mas passamos por problemas pertinentes em toda pequena cidade, publico pequeno, dificuldade pra arranjar locais pra realizar os eventos, etc.


3. Percebo que a banda tem uma linha de som muito bem definida. Um Thrash Metal rápido com um ótimo trabalho de guitarras. Nos três registros do grupo também há espaço para músicas com uma pegada mais speed ou heavy metal. Há uma coesão nos três trabalhos, a demo Demoniac Empire, o EP The Last Way of Madness e o full lenght The First Attack. Como você definiria o processo de composição do grupo, e a evolução, musicalmente falando, desde o início?

Eu gosto dos três materiais. Na Demoniac Empire éramos bem moleques, mas até que tocávamos bem. Quanto à produção não tínhamos a mínima noção, tanto que esse fator deixa muito a desejar, gosto das composições, a produção eu acho “paia” (risos). Mas acho natural que seja assim, é uma demo de três moleques “terceiro-mundistas”, a tosqueira faz parte do processo. O Last Way  gravamos no mesmo estúdio da primeira demo. Tentamos ter um cuidado maior com a mixagem, mexemos muito e o resultado mais próximo do que a gente queria é o que está no EP. No lançamento até achei bem massa, hoje gosto mais da demo. No full eu vejo uma boa evolução no quesito produção, musicalidade, letras. Acho que a sede que estávamos de lançar esse material surtiu efeitos em todos os aspectos! O processo de composição é como o da maioria das bandas, um nego chega com riffs, outro com letra e em pouco tempo temos uma musica pronta. Se soa Speed, Thrash ou Heavy, isso é culpa das tantas influências. (risos)



4. Particularizando o debut álbum. Como foi o processo de gravação de The First Attack?

Já tínhamos quatro músicas, duas do EP The Last Way of Madness e outras duas gravações de 2010 não mixadas. Gravamos batera e vocal no estúdio Drummond, do camarada Daniel, em Vitória Da Conquista (BA) e as cordas gravamos no estúdio Smartsound do nosso grande amigo Ted, também em Vitória Da Conquista. A gravação foi tranquilassa! Já tocávamos as musicas a algum tempo, por isso foi de forma tranquila e até bem rápida.


5. O material foi lançado por nove selos ao total. Como foi esquematizado? Naturalmente, já havia uma espécie de “rede” de distribuição, dado o número de gente envolvida. Quem esteve envolvido no lançamento e distribuição de The First Attack? E qual o resultado disso. Como avaliaria a circulação do disco?

Não, não existia uma ”rede” de distribuição, isso aconteceu por que fizemos vários contatos e elaboramos uma proposta que ficasse viável para todos os envolvidos no lançamento. Nove selos toparam, e assim foi feito. Os envolvidos são: Insulto produções, Terceiro mundo chaos, Desgraça na terra, Guerrilha produções, Metal Reunion Distro, Rock Animal, Kill Again Records, Violent Records e Guillotine Records; selos e distros dos quatro cantos do país. Eu particularmente acho essa forma de lançamento perfeita! O custo é baixo para todos os envolvidos, e a banda ganha muito com divulgação, pois tem o seu trampo espalhado em diversas regiões do país.



6 – Para divulgar o disco a SoS realizou uma turnê por diversos estados do Brasil. Como foi poder cair na estrada e divulgar o som da banda? Quantos shows foram realizados, e em que locais? Fale-nos sobre a recepção ao grupo e o saldo da viagem.

Essa tour era um desejo antigo.  Já vínhamos nos articulando por um tempo pra realiza-la, e ela aconteceu no momento certo! E o que eu posso dizer? Foi incrível! Tudo saiu melhor que o esperado. Não tenho certeza, mas foram entre 19 e 21 shows. A  “First invasion tour” passou pelos estados de SP, RJ, MG, BA, PE, PB, SE e RN. Cara, fizemos tantos amigos, topamos gente tão longe de casa que conhecia todos os nossos trampos, dividimos palco com bandas e incríveis, e fortalecemos antigas amizades, e o mais legal de tudo é que não rolou nenhuma treta, provando que a nossa amizade tá acima de qualquer onda! Foi tudo muito proveitoso, e tiramos uma puta experiência disso. Em 2015 estaremos caindo na estrada novamente.


7 – Ainda sobre a turnê. Vocês a fizeram em parceria com uma empresa de booking, a Speed Freak. Como foi firmada essa aliança? Qual o suporte dado à banda?

Acompanhamos a criação e todo o desenvolvimento da Speed freak, capitaneada pelo nosso amigo Victor Elian. Trabalhar com um cara que tem conhecimento de causa e acima de tudo, vê o lado de todos, é muito fácil! Ele nos deu todo o suporte, foi motorista, roadie, técnico de som e segurou a onda na mesa de merchandising enquanto tocávamos. Só pagamos pelo booking, o resto foi na camaradagem, só pela vontade de colaborar e ver as coisas acontecendo.



8 – Recentemente foi anunciado o lançamento de um Split chamado S.W.A.T, do qual a SoS participará ao lado de outras três bandas. Conte-nos sobre essa nova empreitada. Que outros grupos participarão?

Esse foi um convite do Alex Allen da Guillotine Records do Piaui, parceiro que já trabalhamos no lançamento do full e na compilação Winds of blood. Além do SoS mais três ótimas bandas do nosso subterrâneo farão parte de four split, são elas : Thrasheira, Warpath e Angry.


9 – Quais os próximos passos para a Suffocation of Soul? Além do Split já há outras atividades programadas?

Alem do four split comentado acima, também lançamos recentemente outro Split, em fita K7, com a banda catarinense de Death Metal Sodomned, intitulado “Graveyard of  perpetual lies”, que traz de um lado nossa primeira demo e mais duas gravações ao vivo, sendo uma cover de ”contando os mortos” do RxDxP. A tiragem foi limitada, mas quem se interessar pode procurar com os selos responsáveis pelo lançamento: Terrorismo Produções e Ihells Produções. Tá nos planos cair na estrada e lançar outro material em algum formato que não lançamos ainda, tipo vinil ou algo assim. Há um vídeo clipe também, quem sabe?




10 – Mais uma vez obrigado pelo tempo cedido, brother. Fica o espaço para quaisquer considerações.

Eu agradeço imensamente pelo espaço, que essas cooperações continuem e se fortaleçam com o tempo.

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