Criada em 2006, a
Suffocation Of Soul, de Poções (BA), destacou-se em 2014, devido o lançamento
de seu excelente debut album, The First Attack, que apresenta um Thrash Metal
rápido e feroz, com técnica na medida exata e muitas influências de bandas
oitentistas. Coroando o lançamento do full, o grupo realizou uma turnê por
diversos estados do país. Conversamos com André Costa, baixista e vocalista.
Acompanhem!
Por Jaime “Netão” Guimarães
1.
Saudações, André. Obrigado pelo tempo cedido. O Suffocation of Soul surgiu em
2006. Época em que diversas
bandas de Thrash apareceram na cena. Muitas devido ao então “revival thrash”,
que teve o Violator como um dos símbolos. No entanto, daquela “safra” poucos
grupos continuaram ou se mantem ativos, lançando material e fazendo shows.
Fale-nos sobre a formação do grupo e o motivo por enveredarem pelo Thrash
Metal. Vocês foram influenciados por esse tal “revival”?
Olá meu amigo Jaime,
obrigado pelo espaço cedido! Então, o Suffocation Of Soul começou em 2006 com
quatro moleques a fim de fazer muito barulho. As influências eram diversas, mas
as nossas piras eram mesmo o Thrash clássico, aquele do inicio do movimento, e
o heavy metal tradicional. Em 2006 nem tínhamos ideia que estava rolando um ”revival”
do estilo. Me lembro de ter ouvido o Invencible War do Bywar no inicio dos anos
2000, fiquei bem empolgado, mas nem imaginava que já tinham várias bandas
fazendo esse som. Só fui sacar esse ”revival” no ano seguinte, em 2007; um
amigo me apresentou o Violator e o Farscape (Essa ultima eu confesso que me
influenciou, principalmente por causa do vocal do Leonardo). No geral as
influências foram de bandas antigas.
2.
A banda é Poções (BA), uma cidade do interior. Como é a cena local? Há outras
bandas de Metal? E no tocante a shows, há com frequência?
Somos dessa pequenina cidade
do interior baiano, a cena local tem melhorado desde que começamos, algumas
bandas tem surgido, e também outras tem sumido sem deixar qualquer registro. Os
shows têm rolado com uma frequência, mas bem menor do que nós queríamos. Eu,
junto com alguns amigos, tenho uma produtora, a GUERRILHA PRODUÇÕES; com ela
temos movimentado um pouco o underground da nossa cidade, mas passamos por
problemas pertinentes em toda pequena cidade, publico pequeno, dificuldade pra
arranjar locais pra realizar os eventos, etc.
3.
Percebo que a banda tem uma linha de som muito bem definida. Um Thrash Metal
rápido com um ótimo trabalho de guitarras. Nos três registros do grupo também
há espaço para músicas com uma pegada mais speed ou heavy metal. Há uma coesão
nos três trabalhos, a demo Demoniac Empire, o EP The Last Way of Madness e o
full lenght The First Attack. Como você definiria o processo de composição do
grupo, e a evolução, musicalmente falando, desde o início?
Eu gosto dos três materiais.
Na Demoniac Empire éramos bem moleques, mas até que tocávamos bem. Quanto à
produção não tínhamos a mínima noção, tanto que esse fator deixa muito a
desejar, gosto das composições, a produção eu acho “paia” (risos). Mas acho
natural que seja assim, é uma demo de três moleques “terceiro-mundistas”, a
tosqueira faz parte do processo. O Last Way gravamos no mesmo estúdio da primeira demo. Tentamos
ter um cuidado maior com a mixagem, mexemos muito e o resultado mais próximo do
que a gente queria é o que está no EP. No lançamento até achei bem massa, hoje
gosto mais da demo. No full eu vejo uma boa evolução no quesito produção,
musicalidade, letras. Acho que a sede que estávamos de lançar esse material
surtiu efeitos em todos os aspectos! O processo de composição é como o da
maioria das bandas, um nego chega com riffs, outro com letra e em pouco tempo
temos uma musica pronta. Se soa Speed, Thrash ou Heavy, isso é culpa das tantas
influências. (risos)
4.
Particularizando o debut álbum. Como foi o processo de gravação de The First
Attack?
Já tínhamos quatro músicas,
duas do EP The Last Way of Madness e outras duas gravações de 2010 não mixadas.
Gravamos batera e vocal no estúdio Drummond, do camarada Daniel, em Vitória Da
Conquista (BA) e as cordas gravamos no estúdio Smartsound do nosso grande amigo
Ted, também em Vitória Da Conquista. A gravação foi tranquilassa! Já tocávamos
as musicas a algum tempo, por isso foi de forma tranquila e até bem rápida.
5.
O material foi lançado por nove selos ao total. Como foi esquematizado?
Naturalmente, já havia uma espécie de “rede” de distribuição, dado o número de
gente envolvida. Quem esteve envolvido no lançamento e distribuição de The
First Attack? E qual o resultado disso. Como avaliaria a circulação do disco?
Não, não existia uma ”rede”
de distribuição, isso aconteceu por que fizemos vários contatos e elaboramos
uma proposta que ficasse viável para todos os envolvidos no lançamento. Nove
selos toparam, e assim foi feito. Os envolvidos são: Insulto produções,
Terceiro mundo chaos, Desgraça na terra, Guerrilha produções, Metal Reunion
Distro, Rock Animal, Kill Again Records, Violent Records e Guillotine Records;
selos e distros dos quatro cantos do país. Eu particularmente acho essa forma
de lançamento perfeita! O custo é baixo para todos os envolvidos, e a banda
ganha muito com divulgação, pois tem o seu trampo espalhado em diversas regiões
do país.
6
– Para divulgar o disco a SoS realizou uma turnê por diversos estados do
Brasil. Como foi poder cair na estrada e divulgar o som da banda? Quantos shows
foram realizados, e em que locais? Fale-nos sobre a recepção ao grupo e o saldo
da viagem.
Essa tour era um desejo
antigo. Já vínhamos nos articulando por
um tempo pra realiza-la, e ela aconteceu no momento certo! E o que eu posso
dizer? Foi incrível! Tudo saiu melhor que o esperado. Não tenho certeza, mas
foram entre 19 e 21 shows. A “First
invasion tour” passou pelos estados de SP, RJ, MG, BA, PE, PB, SE e RN. Cara,
fizemos tantos amigos, topamos gente tão longe de casa que conhecia todos os
nossos trampos, dividimos palco com bandas e incríveis, e fortalecemos antigas
amizades, e o mais legal de tudo é que não rolou nenhuma treta, provando que a
nossa amizade tá acima de qualquer onda! Foi tudo muito proveitoso, e tiramos
uma puta experiência disso. Em 2015 estaremos caindo na estrada novamente.
7
– Ainda sobre a turnê. Vocês a fizeram em parceria com uma empresa de booking,
a Speed Freak. Como foi firmada essa aliança? Qual o suporte dado à banda?
Acompanhamos a criação e
todo o desenvolvimento da Speed freak, capitaneada pelo nosso amigo Victor
Elian. Trabalhar com um cara que tem conhecimento de causa e acima de tudo, vê
o lado de todos, é muito fácil! Ele nos deu todo o suporte, foi motorista,
roadie, técnico de som e segurou a onda na mesa de merchandising enquanto
tocávamos. Só pagamos pelo booking, o resto foi na camaradagem, só pela vontade
de colaborar e ver as coisas acontecendo.
8
– Recentemente foi anunciado o lançamento de um Split chamado S.W.A.T, do qual
a SoS participará ao lado de outras três bandas. Conte-nos sobre essa nova
empreitada. Que outros grupos participarão?
Esse foi um convite do Alex
Allen da Guillotine Records do Piaui, parceiro que já trabalhamos no lançamento
do full e na compilação Winds of blood. Além do SoS mais três ótimas bandas do
nosso subterrâneo farão parte de four split, são elas : Thrasheira, Warpath e
Angry.
9
– Quais os próximos passos para a Suffocation of Soul? Além do Split já há
outras atividades programadas?
Alem do four split comentado
acima, também lançamos recentemente outro Split, em fita K7, com a banda
catarinense de Death Metal Sodomned, intitulado “Graveyard of perpetual lies”, que traz de um lado nossa
primeira demo e mais duas gravações ao vivo, sendo uma cover de ”contando os
mortos” do RxDxP. A tiragem foi limitada, mas quem se interessar pode procurar
com os selos responsáveis pelo lançamento: Terrorismo Produções e Ihells
Produções. Tá nos planos cair na estrada e lançar outro material em algum
formato que não lançamos ainda, tipo vinil ou algo assim. Há um vídeo clipe
também, quem sabe?
10
– Mais uma vez obrigado pelo tempo cedido, brother. Fica o espaço para
quaisquer considerações.
Eu agradeço imensamente pelo
espaço, que essas cooperações continuem e se fortaleçam com o tempo.
666!
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