domingo, 3 de maio de 2015

O Death Metal diferente do Tribulation


Por Jaime "Netão" Guimarães

Já havia falado por aqui há algum tempo que o Death Metal estava mais vivo do que nunca (o trocadilho foi intencional). Uma infinidade de bandas consideravelmente novas vem vomitando o Metal da Morte de forma bestial, resgatando e inspirando-se nos primórdios do estilo, mas sobretudo agregando personalidade. Alguns grupos foram mais além e ousaram mesclar a morbidez do Death Metal com outros elementos, criando de fato um som diferenciado, e que funcionou. Um grande exemplo é o maléfico e sensacional Tribulation.

O quarteto sueco – só podia.. – já havia chamado minha atenção quando do lançamento do seu debut album, o não menos que fenomenal The Horror (2009). Nesse disco tivemos acesso a um Death Metal nos moldes old school, de primeira linha; nove faixas de pura violência, rapidez e maldade, porém muito criativo e próprio. Como costumo dizer, uma espécie de Merciless levado às últimas consequências.


Daí que, em 2013, veio a segunda pedrada, The Formulas of Death. Aqui o Tribulation mudou consideravelmente sua direção musical e tomou um rumo ainda mais particular. Logo de cara se percebe, o full abre com uma introdução com dedilhados de guitarra e uma abordagem mais atmosférica. Durante o track list é evidente a incorporação de outras influências, que vão desde Black Metal, pitadas de Heavy Metal e nuances marcantes de progressivo, até mesmo um tom psicodélico em algumas partes. Estes novos elementos não diminuíram em nada a ferocidade e rapidez da banda, pelo contrário, as peças se encaixaram perfeitamente e pudemos encontrar um disco coeso e que mantêm um mesmo clima durante todas as faixas.



No mês passado o Tribulation lançou seu terceiro disco cheio, The Children of the Night. Ao que parece – ainda não pude sacar o material completo – a banda mergulhou ainda mais na escuridão e em novas influências. Pelo que pude perceber há um forte viés melódico nas linhas de guitarra; um caminho pelo qual outra banda percorreu, o Morbus Chron. Percebe-se um tom mais melancólico e uma redução de passagens mais rápidas com linhas de bateria mais diretas, bases marcantes e sombrias, trabalhos de teclado e ainda os aspectos mais progressivos e psicodélicos. Paralelo ao lançamento o Tribulation ainda soltou um magnífico clipe da música “Strange  Gateways Beckon”. 



The Horror ainda é meu favorito do Tribulation, mas o restante de sua discografia não faz feio. Os caras conseguiram trazer uma nova cara para um estilo já bem marcado e delimitado, e isso não é pra qualquer um. Como eles há outros, a exemplo do já citado Morbus Chron e do Horrendous, que são bandas que incorporaram outros elementos ao Death Metal e tiveram Êxito.

O que vocês, malditos, acham do Tribulation e de bandas que trazem novos elementos para estilos já firmados? É possível inovar sem cair no campo do moderno e “comercial”? Esses suecos mostraram que sim.
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