Por Jaime "Netão" Guimarães
Já havia falado por aqui há
algum tempo que o Death Metal estava mais vivo do que nunca (o trocadilho foi
intencional). Uma infinidade de bandas consideravelmente novas vem vomitando o Metal
da Morte de forma bestial, resgatando e inspirando-se nos primórdios do estilo,
mas sobretudo agregando personalidade. Alguns grupos foram mais além e ousaram
mesclar a morbidez do Death Metal com outros elementos, criando de fato um som diferenciado, e que funcionou. Um grande exemplo é o maléfico e sensacional
Tribulation.
O quarteto sueco – só podia..
– já havia chamado minha atenção quando do lançamento do seu debut album, o não menos que fenomenal
The Horror (2009). Nesse disco tivemos acesso a um Death Metal nos moldes old
school, de primeira linha; nove faixas de pura violência, rapidez e maldade,
porém muito criativo e próprio. Como costumo dizer, uma espécie de Merciless
levado às últimas consequências.
Daí que, em 2013, veio a
segunda pedrada, The Formulas of Death. Aqui o Tribulation mudou
consideravelmente sua direção musical e tomou um rumo ainda mais particular.
Logo de cara se percebe, o full abre com uma introdução com dedilhados de guitarra
e uma abordagem mais atmosférica. Durante o track list é evidente a
incorporação de outras influências, que vão desde Black Metal, pitadas de Heavy
Metal e nuances marcantes de progressivo, até mesmo um tom psicodélico em algumas
partes. Estes novos elementos não diminuíram em nada a ferocidade e rapidez da
banda, pelo contrário, as peças se encaixaram perfeitamente e pudemos encontrar
um disco coeso e que mantêm um mesmo clima durante todas as faixas.
No mês passado o Tribulation
lançou seu terceiro disco cheio, The Children of the Night. Ao que parece –
ainda não pude sacar o material completo – a banda mergulhou ainda mais na
escuridão e em novas influências. Pelo que pude perceber há um forte viés
melódico nas linhas de guitarra; um caminho pelo qual outra banda percorreu, o
Morbus Chron. Percebe-se um tom mais melancólico e uma redução de passagens
mais rápidas com linhas de bateria mais diretas, bases marcantes e sombrias,
trabalhos de teclado e ainda os aspectos mais progressivos e psicodélicos.
Paralelo ao lançamento o Tribulation ainda soltou um magnífico clipe da música “Strange Gateways Beckon”.
The Horror ainda é meu
favorito do Tribulation, mas o restante de sua discografia não faz feio. Os caras
conseguiram trazer uma nova cara para um estilo já bem marcado e delimitado, e
isso não é pra qualquer um. Como eles há outros, a exemplo do já citado Morbus
Chron e do Horrendous, que são bandas que incorporaram outros elementos ao
Death Metal e tiveram Êxito.
O que vocês, malditos, acham
do Tribulation e de bandas que trazem novos elementos para estilos já firmados?
É possível inovar sem cair no campo do moderno e “comercial”? Esses suecos mostraram
que sim.
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